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Validade vencida

Muitos representantes (todos?) das chamadas novas gerações estão desconectados da chamada mídia formal, da qual faço parte. Alguns garotos e garotas tem sua mídia própria e, pelo que vejo, ouço, converso, frequentam-se mutuamente numa rica permuta de ignorância. Ignorância no sentido literal, de ignorar.

Já cheguei a achar (não acho mais) que essa pandemia de ignorância foi inspirada em Lula que, quando tomou posse a primeira vez e recebeu o canudo de Presidente da República disse, emocionado, “esse é o primeiro diploma da minha vida”.

Já devidamente empoderado falou: “Primeiro, eu acho que eu sou muito preguiçoso. Até pra ler eu sou preguiçoso. Eu não gosto de ler, eu tenho preguiça de ler. Pelo hábito, isso é questão de hábito. Tem companheiro que passa um dia lendo um livro. Eu não consigo”.

O peso da incultura de Lula na massa imbecil é nulo porque a massa imbecil também não lê nada. A massa imbecil, desde a classe A até a Z, foi adestrada para reclamar, sofrer e tentar se dar bem. Por isso elegeu Lula em 2002 e 2006 e depois Dilma, um poste que o próprio Lula inventou, em 2014 e 2014, em ambas eleições acompanhada por um paulistinha adestrado, Michel Temer que continuaria a ser um abscesso político que o PT jogou dentro do Palácio do Planalto. Duas vezes.

A ignorância é um direito e se esses representantes das novas gerações gostam de ler quinquilharias, preferem assistir you tubers, ouvir safadões, estão em seu pleno direito de surfar a liberdade a sua maneira. Quem sou eu para obrigar a ler Machado de Assis, ou sorver o texto genial de uma Clarice Lispector ou do Lobão. Sim, eu acho o texto do Lobão genial. E daí?

Quem sou eu para vociferar “vocês tem que assistir CNN, Al Jazeera e não essa cisterna de purpurina tola e fútil dos you tubers”? Quem sou eu para clamar “ouçam a remixagem de Sgt Pepper dos Beatles, o melhor do Radiohead, ouçam Jimi Hendrix e não essas bostas que vocês espetam nos ouvidos com seus celulares”. Quem sou eu? Não sou ninguém. Nada.

Tenho consciência plácida de que a minha validade intelectual está quase vencida. A validade existencial dura um pouco mais. Penso nisso numa boa porque a evolução da espécie atira a validade vencida no lixo. Logo, no auge de minha quase falência intelectual determinar que a evolução da espécie virou involução, retrocesso, anemia é de uma boçalidade e arrogância atrozes.

Se segmentos das novas gerações não leem, escrevem mal, são ególatras ao extremo, são alienados e vazios isso é um conceito meu. Ponto. E não deles. Ponto.

Parte da minha geração foi cercada de brilhantes livros, jornais, revistas, filmes etc mas vestiu o pijama, passeia com o canário na gaiola pelas ruas de manhã, para numa padaria qualquer para beber coalhada e jogar conversa fora (literalmente) e, adestrada, volta para casa. Abre o computador cheirando a naftalina e começa a lamuriar nas redes sociais, achando que as novas gerações tinham que estar participando deste momento histórico do Brasil, detonando Temer, Lula, Dilma etc etc etc.

Reclamam que filhos e netos não conversam em casa. As vezes entro nas redes e vejo que as novas gerações só querem uma coisa do Brasil: pular fora daqui.
Alguns filhos e netos que entram porta a dentro com a cabeça enterrada no celular teclando com sua rede, trancam-se no quarto fazendo sabe-se lá o que e só saem para banho, comida e tosa, como os pets. Não querem saber quem governa o país, que país é este (eles tem mais o que não fazer para pensar nisso), quem é quem na TV, não assistem a noticiários, não ouvem rádios. É só eu, eu, eu, e a rede de contatos. E quando digo para os meus contemporâneos que isso não é problema nosso, eles gemem de horror.

Nos fins e de semana alguns integrantes das novas gerações vão a festas de sua rede. Um ou outro bebe, um ou outro fuma, um ou outro toma MDMA (droga da moda, conhecida como Michael Douglas) ou similares, um ou outro morre de over e na pré alvorada da onda da madrugada voltam para o seu minifúndio (casa dos pais), alguns com namoradas ou namorados e se embolam trancafiados em seu bunker/quarto, depósito de enigmas e tabus para uso pessoal e intransferível.

Segue o jogo.






Um comentário:

  1. LAM, o mundo é como é, muda constantemente, mas a estupidez humana, apesar de mudar de aparência, continua a mesma. Isso não significa que os jovens que vêm dominando o mundo sejam estupidos. São apenas diferentes e fazem parte de uma elite cada vez mais restrita, aqui e em qualquer parte do mundo.

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